Os pulinhos do Amplifica e os aprendizados com o ensino remoto

Parece até que muitos esqueceram dos momentos desafiadores que mais pareciam areia movediças. Tudo estava prestes a mudar o tempo todo e tínhamos que reconfigurar rotas a cada momento. Passarmos uma pandemia sem nos transformarmos é como andar em círculos e voltar para o mesmo lugar. Temos que pensar nos aprendizados e lições para evoluirmos, estarmos e chegarmos em outras dimensões do processo de ensino e aprendizagem.

São essas reflexões que eu e Samara fizemos em dois Ampliflix disponíveis aqui, e ao revê-los, percebemos o quanto caminhamos trazendo novas formas de repensar os espaços e tempos de aprendizagem para ajudarmos cada vez mais educadores e instituições educacionais na jornada.

Foram vários aprendizados. Queremos ressaltar aqui 4 desses aprendizados para você conferir e refletir.

1. Quanto mais você se aprofundar em alguns aspectos da criação das experiência de aprendizagem, mais relevantes elas serão para você e seus alunos

De acordo com os pesquisadores do Learning Accelerator,

Os educadores precisavam planejar, implementar e melhorar estratégias que maximizassem o aprendizado de habilidades, conteúdo e competências dos alunos, adaptando-se às diferenças e aproveitando os recursos cognitivos, motivacionais e outros que os alunos estavam trazendo individualmente. Para fazer isso, a experiência diária de aprendizagem dos alunos precisava se tornar mais direcionada e relevante, ativamente envolvente, socialmente conectada e orientada para o crescimento.

The Learning Accelerator

E isso a gente já discutia muito com os professores antes da pandemia, mas a urgência do momento trouxe um olhar mais atento para práticas pedagógicas que contemplem a diferenciação no processo de ensino e aprendizagem. E nada mais importante agora para a remediação do aprendizado e das lacunas que ficaram desses últimos dois anos.

Para avançarmos precisaremos ter esse olhar mais cuidadoso de personalização das experiências de aprendizagem que sejam relevantes, envolventes, conectadas e o com o olhar para o desenvolviment de uma mentalidade de crescimento dos alunos. Eles precisam sentir que podem, que conseguem.

A Samara fala bem sobre isso no Ampliflix 145.

2. O conceito de Hop, Skip and Leap do Learning Accelerator

Os Hops (Pulos)” representa pequenos ajustes ou melhorias, geralmente por meio da implementação de ferramentas únicas ou estratégias instrucionais específicas.

Os “Skip (saltos)” exigem que os educadores adotassem novos sistemas de prática, mudando a experiência do aluno em maior escala (seja em termos de mudança sustentada e consistente dentro de uma área ou em um número maior de alunos e salas de aula).

Os “Leap (saltos longos)” são mudanças sistêmicas de longo prazo na “gramática” da escola, onde as estruturas organizacionais tradicionais de aprendizagem, como uso do tempo, espaço, níveis de escolaridade e avaliação do progresso, foram fundamentalmente alteradas.

E você deu pulos, saltos, ou saltos longos?

Explore aqui esses conceitos: https://practices.learningaccelerator.org/guides/hop-skip-leapfrog/hops-skips-and-leaps-in-practice

3. O poder da aprendizagem altamente flexível

Aprendemos durante a pandemia que ensino híbrido tomava diversos contornos e, com a volta às aulas presenciais, outras camadas de complexidade para o ensino foram adicionadas, com estudantes que iam para as aulas, outros que permaneciam em casa sem acesso à Internet para poder acompanhar as aulas remotamente, e aqueles que acompanhavam de casa. O jogo de cintura de cada professor nunca foi tão testado como nesse período. E as novas habilidades de adaptabilidade devem continuar a ser cultivadas. Afinal, esses cenários diversos acontecem naturalmente em todas as salas de aula e exigem novos olhares para a prática pedagógica. É aí que aprendemos, aprofundamos e trouxemos o conceito do aprendizado altamente flexível.

Em ampliflix anteriores, exploramos em detalhes o que significa criarmos esse contexto altamente flexível, principalmente na forma como preparamos nossas aulas.
Confira aqui nossa playlist sobre tudo o que você precisa saber sobre esse olhar altamente flexível para as nossas salas de aula:

4. O aprendizado potencializado com comunidades de aprendizagem

Comunidades de aprendizagem não é nada novo. Somos seres sociais que vivemos conectados uns aos outros em nossas famílias, escolas, espaços de religiosidade e espiritualidade, grupos de interesse. Imagine se considerarmos as nossas salas de aulas como essa comunidade de aprendizagem em que os alunos estão socialmente conectados e engajados verdadeiramente, que resolvem problemas juntos, criam, erram, e acertam como coletividade, e não dissociados. Cada um fazendo sua tarefa e tendo seus resultados tangibilizados por notas que obtiveram em notas e trabalhos…

Cultivar uma comunidade de aprendizagem na sala de aula é muito mais do que compartilhar um ambiente. É criar espaços sociais de trocas que trazem um sentimento de pertecimento e evolução compartilhado. É querer estar junto e aprender junto. Ir além nas propostas investigativas e no aprendizado. Ainda temos um longo caminho a percorrer nesse sentido, e entender o poder das comunidades de aprendizagem é levar a educação para o próximo nível de qualidade, conexão e aprendizado de cada um.
Também discutimos isso nesse trecho do Ampliflix 145, com várias referências interessantes, como o Simon Sinek e o Paulo Blikstein. É olharmos sensivelmente como educadores para a construção coletiva genuína e colaborativa entre os alunos.

E deixamos aqui nossas provocações pra você. Adoraríamos continuar a conversa por aqui sobre esses temas, nossos aprendizados e os seus também: