A primeira reação é falta de direção, talvez até um certo pânico gerado pelo grupo de whatsapp dos pais, dos alunos. Informações desencontradas, e processos que não foram pensados. A hora, no entanto, é de respirar fundo e desenhar um plano. Não precisa ser perfeito, mas que seja informativo e que cada um saiba seu papel no processo.
Temos a obrigação de acalmar os pais com informações confiáveis e objetivas. Os professores precisam ser orientados de forma tranquila e sem adição de uma camada extra de pressão. É trabalho colaborativo, é pergunta mais do que imposição. Se as escolas trabalharem próximas aos professores para criarem juntos o que passa a ser um plano de contingência, quem sabe essa não é a base para uma nova forma de fazer que leva em conta a inteligência coletiva que circula todos os dias pela sala dos professores? Quem sabe este não é o momento de virada e de fazer as coisas de forma diferentes?
Na crise, não dá para agirmos como se tivéssemos apagando incêndio, ainda mais em se tratando de vidas e situação de pandemia. Devemos respirar mais uma vez e tratarmos mais como um rio com um fluxo próprio e nós navegando com intencionalidade, ferramentas e estratégias que possam nos ajudar. As flamas neste caso não ajudam em nada. O equilíbrio sim, nas decisões, e principalmente nas interações.
O Guia de Contingência para Professores e Escolas
E pensando em tudo que a gente está vendo por aí, como as escolas estão se articulando, ou não, criamos um guia rápido de contingência para escolas e professores. É um pontapé inicial para você e sua equipe pensarem em vários aspectos de uma possível paralização. Confira aqui nosso guia, compartilhe com a equipe e comunidade educacional.
Para Reflexão
Deixamos aqui também para você algumas perguntas para reflexão e para que você busque equilíbrio e perspectiva em momentos que nos desafiam:
Como você está trabalhando com a sua equipe? O tom é de colaboração ou imposição?
Como está lidando com pais nervosos? Acalmando com informações objetivas e concretas? Quais são os meios de comunicação que a escola tem utilizado? São os mais eficientes?
Se você é gestor, qual é o seu tom? É algo como “Temos que fazer isso e veja aí uma forma de fazer”, ou você tem mais o tom de “estamos juntos nesta e queria saber como você acha que podemos resolver x, y, z da melhor forma possível”?
Se a escola está fechada, como você manterá a proximidade com pais e alunos além das informações básicas do COVID19?
Se o governo decretou férias antecipadas, como você utilizará esse tempo para reorganização do calendário e quem sabe até um repensar dos processos e práticas pedagógicas?
Se você é professor, e estará de férias não-planejadas, como você pode utilizá-las de forma produtiva?
Que sinais o COVID19 te dá para a sua vida profissional? O que te diz sobre planejamento, colaboração, mobilização? Quais são os grandes aprendizados que podem trazer mudanças significativas?
Como as escolas e professores se preparam?
Não há caminho único, e temos visto vários, mas podemos aprender com as experiências do outro. O que já está sendo feito no Brasil e no mundo, por exemplo. Nos preparamos tendo a calma e um olhar focado no sistêmico e não em ações pontuais. Nos preparamos desenhando em grandes folhas de papeis com os times que pode nos trazer insights valiosos. Nos preparamos juntos com o segurança, o faz tudo, o secretário/a secretária, os assistentes de corredor, os psicólogos escolares, os professores, gestores, alunos e pais.
Na verdade, só conseguimos avançar se entendermos que o COVID19 chega para questionar nossa forma de fazer e agir, as ferramentas que utilizamos e como trabalhamos. Se entendermos isso como sinal para a mudança urgente que há tempos vem sendo falada, então, nos preparamos com visão e sem incêndios, com generosidade e sem desespero ou correria, com coletividade e ação coordenada. É assim que podemos nos preparar não só para a contenção de uma pandemia, mas para um novo fazer educacional.
É ótimo